o lago

derramam-se os líquidos sobre o côncavo da terra

manhãs de setembro

fiz-me à estrada, numa longínqua manhã de setembro

falta d'ar

o betão acumula-se sobre a terra e não nos deixa respirar

sementeiras

limpa-se a terra, deitam-se as sementes e espera-se...

muro de suporte

o peso da terra sobre as costas, o caminho traçado, o viajante que passa...

álea

uma depois da outra, árvores que me mostram o caminho...

presença vegetal

raízes na terra, seiva que corre, folhas que se agitam ao sabor do vento...

estendal

a corda tensa, a roupa que balança, as gotas de água perdem-se na erva seca...

praias desertas

chegou o momento das praias se esvaziarem, das areias serem limpas pelas últimas ondas do Verão...

até à próxima, Verão

passaste distraído por mim, quantas mais vezes nos cruzaremos por aqui?...

terra plana

o rio passa, a terra aplana-se, os frutos brotam das mãos dos homens